sábado, 6 de fevereiro de 2010

solidão

minha carência é só minha e de mais ninguém
ela vêm em dias quentes
nas horas de sono
de repente
ao que o sol não chega em seu poente
ou parece nunca chegar
apaziguar calor
ânimo, solidão
que sou eu
aqui.

minha carência é minha e de ninguém mais
porque assim eu a quis
porque assim eu não
quero ninguém
a não ser
quem não posso dizer.

hoje pela manhã, o sorriso de uma criança
suspendeu-me de minha carência.

eu sou carente mas não sou vulgar
como você, pelo menos.

mas sou um imbecil que compara
e sofre, e comparar é o princípio
de desamparar-se.

eu cansei de escrever,
só queria mesmo dizer
de minha carência,
de que estou só,
não por escolha,
não sem dor,
escrevo com fluência,
mas é pobre a escrita.

eu estou cansado.

Nenhum comentário: