amar alguém virtualmente
é igualmente
a amar o invisível de uma rosa
da mesma maneira que se ama
a mesma
em pétala.
pétala
seu som
em palavra
no tema
ou nada
só mesmo
incorporar
pétala
à palavra
à palavra
pétala
aveludada.
domingo, 18 de julho de 2010
sobre seixos
desse design
-entre aspas-
eu não gosto.
essas britas
não combinam com o design.
britas, leia-se pedrinhas,
seixos.
seixos não combinam
com o design,
dependendo.
porque o design
dependendo de tudo
fica vendável,
antes desejável,
mas isto não passa
de objetos
e problemas,
então qual é a finalidade
de escrever isto
e sobre isto
portanto.
-entre aspas-
eu não gosto.
essas britas
não combinam com o design.
britas, leia-se pedrinhas,
seixos.
seixos não combinam
com o design,
dependendo.
porque o design
dependendo de tudo
fica vendável,
antes desejável,
mas isto não passa
de objetos
e problemas,
então qual é a finalidade
de escrever isto
e sobre isto
portanto.
gota sobre calha
gota sobre calha
quando eu for velho
eu escreverei só
sobre
gota sobre a calha
que eu vi
com meus olhos novos
na proximidade
da possibilidade
de que a retina
sempre será
precisa assim como o é
quando o brilho da gota
da calha é visual
brilhante
plástico
plástica
gota
aquosa
brilhante
no ar
cai
brilha
não há quem a salve no olhar
a não ser no coração
e além
(ou não)
na escrita.
quando eu for velho
eu escreverei
tudo,
indiretamente,
acerca do entendimento
tido ao ter a plástica da gota
ao cair na calha molhada
brilhosa, e verde
sobre a madrugada vazia.
quando eu for velho
eu escreverei só
sobre
gota sobre a calha
que eu vi
com meus olhos novos
na proximidade
da possibilidade
de que a retina
sempre será
precisa assim como o é
quando o brilho da gota
da calha é visual
brilhante
plástico
plástica
gota
aquosa
brilhante
no ar
cai
brilha
não há quem a salve no olhar
a não ser no coração
e além
(ou não)
na escrita.
quando eu for velho
eu escreverei
tudo,
indiretamente,
acerca do entendimento
tido ao ter a plástica da gota
ao cair na calha molhada
brilhosa, e verde
sobre a madrugada vazia.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
qualquer
rasgos de dourado no céu
rasgos da guitarra
posso escrever qualquer coisa:
esta melodia me faz chorar
esta lua
onde você está?
eu quero tudo
eu não saio do lugar
eu telefono
eu caio na chamada
não atendida
não ida
não feita
não angariada;
eu não posso escrever nada.
rasgos da guitarra
posso escrever qualquer coisa:
esta melodia me faz chorar
esta lua
onde você está?
eu quero tudo
eu não saio do lugar
eu telefono
eu caio na chamada
não atendida
não ida
não feita
não angariada;
eu não posso escrever nada.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
chove
chove
na mata
na madrugada
na óca
do sonho
chove em meu peito desértico
chove e eu estou tão só
chove pássaro no ninho
chove eu estou sem carinho.
associações primárias
a partir de memória:
meu poema.
chove no céu
no ar
na terra
nas folhagens
e nos corações
a saudade
que a chuva aconchega.
na mata
na madrugada
na óca
do sonho
chove em meu peito desértico
chove e eu estou tão só
chove pássaro no ninho
chove eu estou sem carinho.
associações primárias
a partir de memória:
meu poema.
chove no céu
no ar
na terra
nas folhagens
e nos corações
a saudade
que a chuva aconchega.
chuva redentora
chove
na mata
na folhagem
na óca
do sonho
chove na madrugada
chove no céu
no ar
na terra
chove no deserto
do meu peito
chove chove chove
repetidamente
no verso
e crônicamente
na natureza
natureza esta
que não exclui
verso este,
mas que é mais
que ele;
é o pássaro no ninho
figurado carinho
eu estou muito sozinho.
na mata
na folhagem
na óca
do sonho
chove na madrugada
chove no céu
no ar
na terra
chove no deserto
do meu peito
chove chove chove
repetidamente
no verso
e crônicamente
na natureza
natureza esta
que não exclui
verso este,
mas que é mais
que ele;
é o pássaro no ninho
figurado carinho
eu estou muito sozinho.
de irrevogável importância
os filhos nos apressam
a ponto de que
não possamos
nem mesmo terminar
um poema fútil
mas de importância
irrevogável
no sentido redentor
judaico
da palavra enquanto
objeto sagrado
esta que só esta
pode ultrapassar
e nos salvar
se a pudéssemos
terminar
enquanto poema
se os filhos
e os afazeres
mundanos
não nos tirasse
tempo a tal ponto.
a ponto de que
não possamos
nem mesmo terminar
um poema fútil
mas de importância
irrevogável
no sentido redentor
judaico
da palavra enquanto
objeto sagrado
esta que só esta
pode ultrapassar
e nos salvar
se a pudéssemos
terminar
enquanto poema
se os filhos
e os afazeres
mundanos
não nos tirasse
tempo a tal ponto.
pretexto de bolhas
bolhas de sabão
tais quais poemas
a meus olhos
poemas furtacor
de fina película
algo de amor
e de fugidia noite,
o televisor
está ligado
para as moscas,
enquanto escrevo com demasiada pressa,
com demasiada angústia,
só que desta não se morre
a não ser pelo que se sofre
pelo que nem se sabe
além de a existência
sob pretexto
de bolhas de sabão
iridescentes e impunes.
tais quais poemas
a meus olhos
poemas furtacor
de fina película
algo de amor
e de fugidia noite,
o televisor
está ligado
para as moscas,
enquanto escrevo com demasiada pressa,
com demasiada angústia,
só que desta não se morre
a não ser pelo que se sofre
pelo que nem se sabe
além de a existência
sob pretexto
de bolhas de sabão
iridescentes e impunes.
domingo, 4 de julho de 2010
apenas lua
não sei se há lua.
se houver
não haveria
de que
haver poema
posto que
este
por mim
busque lua
apenas.
se houver
não haveria
de que
haver poema
posto que
este
por mim
busque lua
apenas.
um cão a ladrar
cão ladra bem longe
cão ladra no ar
cão e solidão rimam
e a rima pode me salvar
você também me salva
em palavra
embora falte boca
a qual cala
o que cala
o que o cão ladra.
um cão ladra
um cão a ladrar
um cão é só um cão
ele nem existe
se não em som
e um cão em som
equivale
a música
sem frequência.
cão ladra no ar
cão e solidão rimam
e a rima pode me salvar
você também me salva
em palavra
embora falte boca
a qual cala
o que cala
o que o cão ladra.
um cão ladra
um cão a ladrar
um cão é só um cão
ele nem existe
se não em som
e um cão em som
equivale
a música
sem frequência.
acerca de lágrima e chuva
morro desmatado geralmente chora se tem chuva.
geralmente a gente não chora justo quando há chuva.
chuva nos poupa lágrima.
isto é um verso roubado.
geralmente a gente não chora justo quando há chuva.
chuva nos poupa lágrima.
isto é um verso roubado.
tanko
tanko de zoltan
de zoltan kodalit
é o meio termo
do nome
ao meio
qualquer
verso
esqueci
qualquer verso
que me salve
no aqui e agora
que em verso
se faz em lembrança
versos se fazem de lembrança
poemas também
ela dorme
um cão dorme
entre folhagens
quais não dormem
nunca.
quem saberia?
o cão do velho
dorme alí
dorme aqui
no coração
posto que o veja
o ponha
o cole em verso
mas o cachorro
e tanko
(pretexto de verso)
dormem no coração.
tanko amo-te
tanko não existe.
de zoltan kodalit
é o meio termo
do nome
ao meio
qualquer
verso
esqueci
qualquer verso
que me salve
no aqui e agora
que em verso
se faz em lembrança
versos se fazem de lembrança
poemas também
ela dorme
um cão dorme
entre folhagens
quais não dormem
nunca.
quem saberia?
o cão do velho
dorme alí
dorme aqui
no coração
posto que o veja
o ponha
o cole em verso
mas o cachorro
e tanko
(pretexto de verso)
dormem no coração.
tanko amo-te
tanko não existe.
waits
waits
wait
wait me
wait for me waits
wait for me dear
wait me em sua mulher
dear waits
wait me
por mim.
wait
wait me
wait for me waits
wait for me dear
wait me em sua mulher
dear waits
wait me
por mim.
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