quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

cadente

céu desencobre
estrelas acendem
caem
distorcem em pontos
de luz
semicerram
voltam atrás
tocam a boca
da retina
estáticas
e no entanto
mutáveis
correntes
luminosas
e ainda assim inanimadas
quando tocam no chão
das madrugadas
vivas.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

planam

vivo pelos pássaros
só vivo pelo ato
final
ato rasante do vôo
na asa;
não almejei o que não tive;
vivo pelos pássaros
e pelo oceano,
que é onde planam agora.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

da alma impressa

deixei digitais na taça
do chardonay gelado
que suavizava
dos dedos a garganta
da alma
impressa nas digitais
deixadas na taça
que estava gelada
brilhava a lua.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

inexistir

desnecessária vivência
desnecessária jornada
grandes ilhas amarrotadas
deus é o mar inexistente
desnecessária vertente
cansada
desnecessário ser
fracassado no ter
no querer poder no haver
no desnecessário
e insignificante existir.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

metafísico

lágriminha
nao minha
da naturezinha
sincera chuva
keso me deixaste
nunca a tive
seguir como sempre só
espero que a morte fisica
chegue indolor
e brevemente;
espiritualmente planar
por matas de profundo verde
por rios cristalinos ter-te
em imaterial memória
como nunca pudera

fim

noite

cai

sobre as matas do são lourenço

onde a lua amarela abarca

um pouquinho quando se vai