terça-feira, 22 de março de 2011

carlos

carlos nós também vamos morrer

um dia
um dia

agora. quem diria?

carlos nós vamos viver eternamente

no cerne fossilizado

desmaterializado

alma.

carlos não me olhe com esses olhos tão tristes.

é pena eu não poder dizer o porque desse texto

desmaterial.

eu também perderei isto

onde puder

vir

ver

ao que der e vier

sempre.

absoluto silêncio

fóssil do ócio
fóssil do ócio
fóssil do ócio
não mais tenho.
fóssil de mim
e do mundo inteiro.
japão derrete,
quanto a líbia não leio jornais,
quanto ao barack quanto menos,
mais.
nasça brasileiro antes de falar do brasil.
eterna escravidão
samba no pé
eu gosto muito
eu não gosto nada.
texto esdrúxulo.
estou triste com o mundo.
homem perdeu o silêncio; seu deus;
e o carinho por tudo.
carinho rima com passarinho.
cantar-te-ei com palavras
invisíveis aos olhos de quem não ama;
ou seja: silêncio.
silêncio absoluto,
eu queria amar o mundo,
eu poderia tomar arsênico,
eu amo tanto o mundo que sou triste;
eu sou tão triste que sou feliz;
feliz por tão triste;
esquecer é o melhor a se fazer.
esquecer da mente;
no cerne,
no ventre,
do absolutamente,
nada.