quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

luz turva

silhueta de gato negro negra
contra a luz-de-breu embora ácida da cidade
árvore primordial embora primária jabuticabeira
de carne roxa apodrecida apenas

mas a luz inexistente deste poema
-ausente de luz nunca, pintura,
diga-se, quase imagem, há a fotografia reescrita aqui-
neo realista e sem picturalidade.

-havia a necessidade desta palavra
em algum momento da vida
quando surgira esta imagem-
travessões janelas, retomar o leme

silhueta de gato negro negra
luzes alaranjadas a rebater na madrugada das edificações
das lajotas mornas por um sol
que passou

e eu precisaria ser tão mais claro
e esclarecer um devir que veio
como, não saberia explica-lo
mas tento

joinville atemporal
tempo parou
céu turvou
em breu imcompreensível.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

ofuscar

sol ofuscando vidrilhos ao vento
meus nervos em pedaços
saturnos
conjunçoes
ausências
hiper realidade a ofuscar um sol
que passou.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

ir-se

não se vá
ir-se
morrer-se
deixar-me
sob o sol
sob o temporal
sob esta chuva torrencial
que se armou
para que não se vá
se for trancar
partir-se me
o coração
nesta casa de loucos.