sábado, 28 de fevereiro de 2009

o que restou

contigo foi platônico
e de amor romântico

no apartamento vazio
mas cheio de sonhos

e ecos de nossas vozes
sombras de vossas asas

de amor
voar

chorei quando voltei ao hall
o Monet ainda me era igual

mais triste, quem viu?
em sua lagoa azulada e suas flores anil

e o que restou de nossos móveis,
sonhos e fotografias.

sem significado

a perdi
com palavras
brancas

o vislumbre
de meus versos
se partiu

naufragou
lentamente
caiu

em nada

na tarde
coexistir
na memória

no ar

um pássaro pra ti
onde nos olhos me perdi

à promessa de um porvir
sem sangue

mas sem o mel de outrora
o amor

anterior
a estes fractais nebulosos
e sem cor

e sem
significado
algum.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

jardim

carta molhada de chuva tua

lançada à grama orvalhada

bruma de lágrimas minhas

rosa de um jardim teu.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

nada

mel
não é mais minha

qualquer coisa que não seja
não vale de nada

nem a música que
surra os ouvidos
cansados do transito
que corre atrás de nada
se não é de voce
nem de mim que sem ti
já não sou
nada;

escrevo
por escrever
coisa em si
e nada mais
pois
não te-la aqui
só me traz
horas infindáveis.

"Quando, no leito, me vem vossa lembrança,
passo a noite toda pensando em vós.
Porque vós sois o meu apoio, exulto de alegria,
à sombra das vossas asas."

domingo, 1 de fevereiro de 2009

enigma

'almost blue'
Pierre meu
ao mar azul

quantos de nós
semi deuses
azuis
a quantos pés
ancorados
e sem luz?

mémoria escura
fundo do mar
navegar é preciso

viver
não o é.