sábado, 6 de fevereiro de 2010

confissão

escrever não só por escrever,
como fui dizer em certa feita.
escrever para me salvar,
para não morrer,
pra reverberar
dor mesmo,
para que chegue até você
beleza mas que vem com
dor do mundo
acoplada,
como rosa,
como sangue
do espinho que nela
tinha
e eu me esqueci
usualmente
da idéia primordial
do texto
incoerente
embora seja incoerente e não possa fugir disto,
mas faz tanto calor que não bem raciocíno
eu devia era amar ao invés de escrever
mas não há você,
nunca houve,
nunca houve,
preciso confessar que o sujeito
do amor devotado
desses textos
nunca houve se não
em idealização
de qualquer coisa
que não seja vida,
da qual fujo
porque tenho medo,
e porque minha
epiderme
está fodida
dos nervos
escangalhados.

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