domingo, 25 de abril de 2010

delírio

parar de escrever
não
não há outra saída
senão
parar de escrever
antes de ofuscar
a límpida linguagem
a límpida linguagem empobrecida
-meu poema-
paro de escrevê-lo
antes de empobrecê-lo
com tristes fatos
tristes fatos
repetitivos
eu sou repetitivo
-renanzinho
rema tão bonito
tão suave
boca repousa
sob olhos vivos
quietos e profundos
do signo de escorpião-
e a chuva e o trovão
me acordarão
em plena madrugada
-isto ainda é sonho-
não;
isto é mero devaneio,
muito embora para que o poema
seja como veio,
em seu primordial
talvez grego
talvez egito, talvez segredo
talvez primórdio primordial,
mas acima de tudo
luz puríssima,
eu não mais venha a escrevê-lo.

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