sexta-feira, 4 de junho de 2010

embora verseje

o ponteiro
é inimigo da perfeição
do poema
é inimigo do silêncio
da madrugada
antes que nasça
o dia
antes que a manhã
substitua a letra
o verso
pelo sol em luz
em aurora
sou eu incapaz
de armar
um verso bonito
se contra o ponteiro
que corre
contra a inspiração,
o vazio
o tempo
o nada
o infinito ócio de que preciso
para armar um bom verso
que justifique meu dia
e eu não posso me revelar
de modo que o mistério
do poema que não é poema
sucumba na terra
embora ainda verseje.

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