quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

qualquer um

saiba que eu nunca quis ser um desgosto pro papai
e essa dor sempre me vem quando sou abandonado novamente
repudiado pelo tempo, pela noite, e pelo telefone
que insiste em estar imóvel e silencioso.
noite esta cinza.
eu estou cinza também.
eu estou cinza azulado.
eu espero você.
não tem ninguém do meu lado
não tem fumo
não tem sonho portanto
nem sono.
só a realidade insone
que não passa,
que custa a passar,
mas meu amor passou
por minha vida sem reafirmar
aquele diamante onírico,
pelo tal metafísico,
tais quais minhas lágrimas,
quais não caem mas encharcam o peito dentro,
e eu me perdi no texto,
usualmente,
usualmente a ti espero,
e esta dor me vem quando sou abandonado novamente,
com cheiros e memórias vivas,
pelo tal olfativas,
além disso meus olhos aguardam
o rosto de quem não digo
no entanto,
é só a chuva que cai
agorinha mesmo
além de minha alegria
esparramada
em poça, em areia, em suja bruma,
meu amor é suja bruma,
este texto é suja bruma,
eu espero que você odeie este texto.

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