quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

desumano

eu sobre a aura da tela
da palavra, da tinta
faço de mim
só ouvidos
um oásis
pra tua melancolia longe
na voz metálica
do pedal do telefone
ao pé do meu ouvido
e meu ouvir é atencioso
ao canto ininteligivel
que entremeia palavra
lusitana no som
e o mar é pra ti
como não é pra mim
e mesmo assim
você me mata por fim
através do telefonema
me deixando com
mão ódio faca
e alma esvaziada
por tua desumanidade
de me tirar da cama
num telefonema
na madrugada
que morre.
mesmo que não morra,
morre aqui.

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