sexta-feira, 1 de maio de 2009

crianças brincam

crianças brincam sobre gramado sem fim
crianças brincam sem fim sobre gramado infinito
crianças voam sem fim sobre gramado infinito
que vai dar num horizonte que não termina jamais
nunca mais mas sempre
crianças atemporais
crianças arquétipos de anjos
anjos sem asas
(de muito eu duvidaria)
mas
os amo os amo os amo
sem dúvida
sem dúvida
não tenho mais o prazer
do presente soberano
ao passado ao futuro
ao relembrar querer voltar desejar
fui serei
não sei quem sou agora em meio a isto aqui,
mas elas, pelo tal eternas,
sabem sem que saibam.

figurativamente

sob som melancolico
samba triste
rock triste
triste eu
triste que não te conheço
cantor
que eu conheço tanto
que eu gosto e só
basta sermos sós?
sós nós dois no mundo
só nós dois no mundo sonho
enquanto escuto som
metálico
metálico melancólico
te espero aqui
sob espelhos quebrados
meus joelhos dobram-se a ti
figurativamente.

oásis

neste lugar
poesia
oásis feito de palavras
mas nao apenas
sentimentos também
nao tem tempo mais
para a coerencia
e eu me deito contigo
sob lençóis de amor
metafísicos
oasis oasis
e nada mais na pedra
na pedra filipeta apagou-se
de leite de poema
derramado
sem pudor, sem sangue
da dor, poema
parir da dor isto
isto, amo-te, é noite
e nada mais interessa
a mim transcrever aqui, se não
lua crescente derrama fios
crescentes
azuis
luminosos
metálicos
cristalinos
transparentes
embora os olhe
os sinta, sobretudo sentir
mais que ver, poesia
raios de lua
sobre mim
sobre a cama branca
branca branca branca
ainda não morri
não tem ninguém ao lado meu
no lado da cama que é seu
abajur ligado
ilumina vidros contra mar
de meu coração
conexão não
razão não
emocão
que ninguém precisa ler nem enteder
nem lhufas de nada que me cansei
e destas ondas palavras
surgiram muitos poemas que me confundem e eu preciso ir embora.