terça-feira, 13 de janeiro de 2009

a noite em que tu me atiraste aos porcos

quando, num acaso
(o que de maneira alguma seria acaso)
nós nos reencontrar-mos
eu espero que tu não consigas
resistir aos meus olhos
mais negros do que a noite
onde escrevo
onde sou só
por entre fragmentos de sonhos
que se vem acender quando os
olhos semicerram-se exaustos.

fizeste-me derramar lágrimas em vão
esvaíram-se caíram então
eu a deixar
lágrimas sobre teclas
de uma cor prateada totalmente inorgânica
como seu amor artifício por mim
inventado a partir de ti
no devir de minha beleza
de minha cara feia
não mais consigo escrever palavras suspensas
quais juntas
revelam tanto de mim
do mundo
da noite em que tu atiraste um diamante aos porcos,
da noite em que tu me atiraste a eles.

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